quinta-feira, 18 de março de 2010

O AT e sua vizinhança com a Arte

Vocês já asssitiram A Ilha do Medo, novo filme de Martin Scorsese?

Um trilher psicológico com muito suspense, onde um detetive tem que investigar o desaparecimento de uma jovem, num presídio que abriga os mais perigosos elementos da sociedade, que sucumbiram à "loucura".
Num jogo interessantíssimo, o diretor vai nos levando a sentir toda a tensão que traz o mergulho nos labirintos da mente humana.
Quando terminou, demorei um tempo para restabelecer fronteiras mais delimitadas entre realidade e ilusão.

J.L. Moreno, o criador do Psicodrama, se assitisse ao filme, diria que foi inspirado em seu Método de Realização, técnica criada para o tratamento das psicoses.
O filme é realmente uma ótima ilustração desta técnica.
Obviamente Moreno não concordaria com o final do filme.

E sobrepondo dois universos diferentes (nazismo e os tratamentos psiquiátricos clássicos), Scorsese discute a violência e o mal na natureza humana.

Discussão totalmente atual ...
Foi terrível chegar em casa após o filme e ler no noticiário que o assassino do cartunista Glauco e seu filho, é um jovem conhecido da família, que parecia precisar da confirmação de que era Jesus Cristo.

Ana Paula Scagliarini

quarta-feira, 17 de março de 2010

O AT e sua vizinhança com a Arte

Alguém aí já viu os postes de luz de rua, que alguém teve a brilhante idéia de pintar?
Eles estão numa região do Bairro Martins, próximo da Faculdade Católica.
Se fosse uma Deriva, isso poderia ser um elemento para se encontrar!
Quem será o autor desta intervenção?
Algum propósito além de embelezar a passagem por lá?
Descubram onde estão...

segunda-feira, 15 de março de 2010

15 ANOS DE TRILHAS!

Venha comemorar conosco 15 anos de história.

Escolhemos fazer essa comemoração ao longo de todo esse ano com diversos eventos:

. Curso de Capacitação
. Oficinas terapêuticas
. Diálogos
. Derivas

Acompanhe o blog com informações atualizadas.
Vc também pode ligar para a Clínica Trilhas: 3214 1337.

sábado, 26 de setembro de 2009

Deriva 26/09/2009

O dia hoje amanheceu particularmente belo. Uma ensolarada e quente manhã de primavera, contrariando a previsão dos metereologistas - tempo nublado e possibilidades de chuvas...
Éramos sete, e decidimos nos dividir em dois grupos: Mariana, Aline e Marlon; Ana Paula, Etélia, Luciane e Fernando.
Combinados (poucos) feitos, era hora de iniciar o jogo. E lá fomos nós, à deriva pela cidade de Uberlândia. Ruas conhecidas, bonitas, feias, sujas. Ruas barulhentas, calmas, velozes... E o jogo rolando, com suas regras, as mais diversas possíveis: achamos a camisa laranja, o açogue, o fusca, avistamos a criança na rua do bairro! Definitivamente, não sabíamos cantar o Hino Nacional! E, até encontrar a próxima Farmácia...aí, sim, a real sensação de estar à deriva, não saber onde íamos parar. E nesse percurso inusitado, a diversidade de sensações e sentimentos!
De fato, e mais uma vez, a cidade mostra-se em suas surpresas que, um tanto escondidas, esperam por olhares mais atentos dos "espíritos curiosos" que se dispõem às descobertas das suas múltiplicidades de sons, de cores, de pessoas, de movimentos.
Na volta, o ritual do desenho dos "mapas psicogeográficos": afetamos e fomos afetados, nos divertimos, mudamos nossas percepões, filosofamos...
" as regras são feitas para serem quebradas";
" há tempos não andava à pé pela cidade...como é diferente!"
A deriva é uma experiência lúdica, estranho e curiosa. Sentir as interferências da cidade em todos os nossos sentidos, e inter-agir com tais interferências, no mínimo, possibilita uma atitude de abertura diante do novo. As respostas "aqui-e-agora" nos deixarão um pouco mais espontâneo-criativos; e, oxalá mais abertos e receptivos a estarmos com o outro no encontro ético-estético que é o Acompanhamento Terapêutico.
Ana Paula de Freitas

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O AT e sua vizinhança com a Arte

Vale a pena conferir o blog de Slinkachu, um artista londrino que faz street art: www.litle-people.blogspot.com .
Com suas miniaturas espalhadas pela cidade, ele nos convida a olharmos para outras direções em nossas idas e vindas pelos caminhos do cotidiano.
Assim como o jogo da Deriva, baseado nas teorias situacionistas, Slinkachu é um antídoto contra o vício da rotina em nosso olhares e em nossos pensamentos.
Ampliação, mudança, convite ao inesperado são palavras chave desse universo, no qual o At está inserido.
Ana Paula Scagliarini

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O AT e sua vizinhança com a Arte

Austerlitz é um livro escrito por W.G. Sebald onde o protagonista é um professor de história da arquitetura que percorre ruínas/construções de uma Europa no pós-guerra.
A forma como Sebald escreve, rompendo as fronteiras dos gêneros literários e conectando memórias, História, literatura de viagens,tudo isso narrado por alguém que se encontra com Austerlitz em vários cenários das diversas cidades que percorre, nos inspira para o trabalho com o AT.
O AT também rompe as fronteiras do espaço terapêutico quando ganha a rua e faz da cidade elemento de suas inter(in)venções.
Numa cena, Austerlitz está num espaço que seria uma estação em Londres e a ambiguidade da obra ( seria uma ruína ou uma construção?) , assim como o desassossego que o leva até ali, o afeta de tal forma que possibilita a ele acesso a uma memória supostamente esquecida e que será a abertura para reconstruir sua identidade.
O AT e seu acompanhado, nas andanças pela cidade afeta e está sendo afetado por um oceano de imagens, memórias, emoções, cheiros, sons que compõem uma experiência única e singular de circulação.

Ana Paula Scagliarini

O At e sua vizinhança com a Arte

Uma letra de música linda da Paula Toller que tem tudo a ver:

Eu vou à cidade hoje à tarde
Tomar um chá de realidade e aventura
Porque eu quero ir pra rua
Eu quero ir pra rua
Tomar a rua
Não mais
Não mais aquela paúra
De ser encarcerada pra ficar segura
Já cansei de me trancar
Vou me atirar
Já cansei de me prender
Quero aparecer
Aparecer, aparecer
Eu sou da cidade e a cidade é minha
Na contramão do surto de agorafobia
Agora eu quero ir pra rua
Porque eu quero, quero ir pra rua
LevarA dura de cada dia
Sair da minha laia, chegar na sua
Eu vou à cidade sem compromisso
Tomar um chá, um chá de sumiço no olho da rua
Porque eu quero ir pra rua
Eu só quero ir pra rua
Olhar a rua
Tomar, bem que se podia, ar fresco
Topar Banksy a pintar afrescos
Já cansei de me trancar
Vou me atirar
Já cansei de me prender
Quero aparecer
Aparecer, aparecer, desaparecer ...