segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Projeto de Acompanhamento Terapêutico para Raymond


Raymond é um personagem autista de 55 anos interpretado pelo ator Dust Roffman no filme Rain Man de 1988. Ray domina pelo menos 15 campos de política, sabe tudo de boxe, decorou as estradas dos EUA e memorizou 12 mil livros, entre eles a Bíblia e toda a obra de William Shakespeare. Ray gosta de assistir um programa na televisão todos os dias às 17:00 e gosta muito de ler.
Ray apresenta dificuldades na capacidade de comunicação e socialização, pouco contato visual e acessos de raiva quando é contrariado. Desde jovem ele vive em uma instituição de apoio à pessoas com comprometimento da saúde mental. O único contato familiar é o irmão mais novo que descobriu recentemente após a morte do pai. Ele tem uma rotina estruturada que a segue metodicamente, quando algo não acontece de acordo com a rotina, ele fica muito agitado e entra em crise, praticamente não sai da instituição para nada, vive mais isolado.
Depois que conheceu o irmão, fizeram uma viagem juntos, e nesta viagem Ray não se adaptou às diversas situações que divergiam de sua rotina cotidiana na instituição: as refeições com horários e cardápios definidos na instituição, a necessidade de assistir o programa diário na televisão, não querer sair quando estava chovendo... Em decorrerência desta dificuldade adaptativa ao meio social, houve indicação de uma A.T. por parte do irmão de Raymond e da instituição.
Ao visitar Ray pela primeira vez na Instituição, realizei uma entrevista inicial, conversei com a equipe profissional sobre o trabalho do A.T., conversei com o irmão dele e com o próprio Ray. Tomei conhecimento do caso e então fiz um contrato de trabalho e estabeleci um projeto terapêutico para Ray.
Combinei que visitarei Ray duas vezes por semana com duração de 1:30 cada encontro, e quando for necessário o tempo do encontro será maior.
Quanto ao Projeto Terapêutico, será focado no desenvolvimento da autonomia, ensino de regras para uma boa convivência social e desenvolvimento de novas habilidades.
Inicialmente convidarei Ray para atividades fora da instituição, para que ele possa sair um pouco, ter acesso às experiências sociais do cotidiano e desenvolver habilidades adaptativas. Como ele gosta de ler, poderemos visitar algumas livrarias, bibliotecas, fazer leituras e discutir sobre livros, poderemos ir ao cinema, ir em restaurantes e tentar novos cardápios, ou seja, realizar atividades fora da rotina que despertem o interesse de Ray e possibilite novas interações sociais, combinaremos passeios com o irmão de Ray também, visto que há vínculo entre eles e isso será benéfico para o progresso de Ray.

Projeto elaborado pela aluna Cíntia A. Silva Araújo - Turma 2011

Projeto de Intervenção - GIA


Gia é uma personagem do filme “Gia – Fama e Destruição”. Trata-se de uma história baseada em fatos reais de uma menina que viveu na década de 80 na cidade de Filadélfia. Gia iniciou sua carreira como modelo aos 17 anos de idade. Ficou famosa pela sua beleza e pelo seu comportamento exagerado.
A indicação para o acompanhamento terapêutico de Gia é sua personalidade muito forte. Mostrava-se muito intensa em tudo que fazia, principalmente se referindo a relacionamentos. Apresentava dificuldade de se relacionar devido a sua necessidade de estar presa a uma pessoa a maior parte do tempo. Não apresentava um comportamento adequado, o que a prejudicou em sua profissão e a levou muito cedo a se inserir no mundo das drogas, de forma que Gia perde totalmente sua autonomia, abre mão de sua carreira e das pessoas que ama em função das drogas e passa a viver uma vida sem sentido.
O primeiro contado com a AT se inicia após o internamento de Gia em uma clínica de reabilitação. O contato acontece por parte de sua namorada Linda, que pede para que Gia escolha entre ela ou as drogas.
Após criar um vínculo com Gia, estabelecemos um contrato, combinando sobre os dias semanais de encontro e colocando em prática o seguinte projeto terapêutico:
• Ir até sua casa e conhecer um pouco mais das relações sociais que estabelece com pessoas próximas a ela;
• Sair para passear buscando freqüentar lugares diferentes dos quais Gia freqüentava, tentado ajudá-la a dar outro significado a sua vida;
• Incentivá-la a cuidar mais de sua saúde e ajudá-la a dar continuidade a sua carreira, ressaltando a importância disso na sua vida e tentando mostrar o quanto a droga a atrapalhava nesse sentido;
• Procurar grupos terapêuticos que tratam dessa questão de drogas para que ela não se sinta muito sozinha nessa caminhada contra as drogas;
• Juntamente com a terapia, procurar trabalhar com Gia a questão principal de se sofrimento: o abandono, mostrando a ela que o AT pode ir embora, mas voltará no dia combinado, assim como acontece com as outras pessoas;
• Acompanhá-las em visitas aos seus familiares para que esses possam ajudá-la emocionalmente a passar por essa fase com mais confiança em si e possibilitar a consciência de que ela não está sozinha nesse processo;
• Conseguir que Gia aceite mais a ajuda desse AT, até mesmo para que ela se insira por vontade própria em um CAPS-AD e retome uma vida saudável, juntamente com uma terapia para ajudá-la na questão de suas características marcantes de personalidade, motivo pelo qual Gia começou a usar drogas.
O objetivo desse projeto terapêutico é ampliar esse espaço social de Gia, tentando fazê-la resignificar esse sentimento que tem de que as pessoas a abandonam no momento que mais precisa com propostas de atividades diárias para que Gia ocupe seu tempo não somente com sua carreira, mais com outras atividades que lhe proporcionarão relacionamentos saudáveis e ocupação de seu tempo.

Projeto elaborado pela aluna Lara Sícare Nascimento Vieira
Curso de Capacitação em AT - 2011

Um projeto terapêutico para o Pica-pau



O Pica-pau quando foi criado em 1941, por Walter Lantz, era perverso e psicótico. Tinha o comportamento agressivo e dissimulado.
Com o tempo ficou mais civilizado, porém não tem o menor pudor ou ética, é quase amoral.
Possui espírito brincalhão, aventureiro e bagunceiro.
É extremamente esperto, falante e atrevido. Adora sacanear o seu opositor e sempre age sozinho, é malandro e audacioso.
Faz alusões ao tabagismo, alcoolismo e sexo. Enquanto os outros personagens tentam fazer a coisa certa, ele engana, mente, tripudia, rouba, seduz garotas, não cumpre regras, é racista, ensina que índio é burro e só serve para ser escravo.
Não mede esforços para procurar comida... É politicamente incorreto, pois não preserva a natureza, não cuida do próprio lixo.Ensina os sobrinhos a trapacearem,hoje tem a personalidade mais tranqüila se comparada com a primeira versão,mas não tem juízo,é um baita de um preguiçoso,atrasa o aluguel,está sempre faminto...
É extremamente interesseiro no namoro,pois a televisão da namorada é melhor que a dele e sempre tem comida na casa dela.
Pelo que pude analisar, o Pica-pau possui comportamento antropomórfico, com desvio de conduta.



Ao chegar à residência do Pica-pau,notei que ele estava observando ao redor,talvez planejando algo sinistro para praticar com alguém.
A.T:-Bom dia! Você é o Pica-pau?
Pica-pau:-Sim... Mas quem é você e o que quer aqui na minha humilde casinha?
A.T:-Bom,eu sou a A.T Marisa Neme,e gostaria de passar algumas manhãs com você, para te conhecer e poder conhecer também a reserva...
Pica-pau:-Mas fazer o que exatamente?
A.T:-Por exemplo: o que você enquanto morador da reserva faz para proteger o meio ambiente?
Pica-pau:-Proteger??? Pra quê?
A.T:-Nós precisamos da natureza,por isso devemos cuidar bem dela...
Pica-pau:-Hum...Sei...
A.T:-Você topa ser um guardião da reserva?
Pica-pau:-Mas o que eu terei que fazer? Caso você não saiba,sou muito ocupado...
A.T:-É muito simples,primeiro gostaria que você me ajudasse a recolher todo este lixo espalhado aqui...
Pica-pau:-Hum...Mas de graça?
A.T:-Claro que não! A Prefeitura quer contratar você como guarda-florestal,com salário e tudo mais!!!
Pica-pau:-Aí já muda ,não é? Mas quando terei férias,,13º salário,descanso semanal,ticket refeição?
A.T:-Pica-Pau,você será um funcionário público,com direitos e deveres também,é claro!
Pica-Pau:-Sendo assim,eu topo,mas vou ter convênio médico,previdência,seguro?
A.T:-Sim.Mas você terá que cuidar da reserva,protegê-la de caçadores,garimpeiros,madeireiros e invasores...
Pica-Pau:-Hum...Sei...E quando receberei o meu primeiro salário?
A.T:-Tudo a seu tempo,Pica-Pau,você trabalha,depois recebe...É assim em todas as empresas...
Pica-Pau:-Sei...Mas vou ter que ser amigo de todo mundo?
A.T:-Sim,inclusive ajudando os nossos irmãos indígenas,que é um povo bom,protetor da reserva,que só quer o bem da mata e das pessoas...Devemos ajudá-los no que for preciso,certo?
Pica-Pau:-Hum...Certo...
A.T:-Sei o quanto você gosta de furar as árvores e se diverte quando elas caem...Proponho para você,uma política de redução de danos.
Pica-Pau:-Que diabo é isso?
A.T:-Você poderá “bicar” somente em árvores já condenadas,jamais em árvores sadias,pois isso seria o fim da floresta...
Pica-Pau: - Tudo bem... Mas nem de vez em quando,só umazinha?
A.T:-Combinado,é combinado!!!
Pica-Pau: -Tá bom...
A.T:-Temos a intenção de promover passeios ecológicos aqui e você deverá orientar tanto as crianças,quanto os adultos, a não jogarem lixo no chão,e sim jogarem nos latões corretos para reciclagem,ok?
Pica-Pau:-Ok!




A.T:-Você deverá ser sempre cordial com as pessoas,promover o que chamamos de “escuta”,orientar as pessoas a não fumarem na reserva para se evitar as queimadas e sobretudo ser sempre simpático com todos...Falar as palavras mágicas como:-Por favor! –Obrigado! Desculpe! Com licença! Certo?
Pica-Pau:-Vou tentar...
A.T:-E mais:ensinar as crianças que o que é do outro,é do outro,não devemos apropriar das coisas do outro,ok?Valorizar os amigos,cumprir regras de boa convivência... Praticar a alteridade...
Pica-Pau:-Estou achando que é muita coisa para uma pessoa só tomar conta...Que tal um auxiliar de guardião florestal?Eu poderia ficar só delegando e fiscalizando o meu auxiliar...
A.T:-Não foi isso que lhe propus...
Pica-Pau:-Brincadeirinha,Marisa...Só estava lhe testando...
A.T:-Ok! Então vamos começar? Aqui está o seu uniforme,botas,apito,boné,binóculo...
Pica-Pau:-E o lanche?
A.T:-É só usar o seu ticket alimentação,na” Lanchonete Trilhas”,ok?
Pica-Pau:-Ok!
A.T:- Voltarei todas às sextas-feiras para ver como foi a sua semana,mas vou embora tranqüila,sei que a reserva está em boas mãos...Tchau!!! E não se esqueça de brincar nas horas vagas...
Pica-Pau:-Tchau,Marisinha...

Projeto de Marisa Teixeira Prado Neme – aluna do curso de Capacitação em A.T. turma 2011.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Um projeto terapêutico para Nina





Projeto Terapêutico
Apresentação do sujeito: Nina é uma bailarina de 23 anos, solteira, mora com sua mãe na cidade de Nova Iorque e nunca conheceu seu pai. Dança balé profissionalmente e teve um surto quando se tornou a bailarina principal de sua companhia. Trabalha-se com a hipótese diagnóstica de esquizofrenia paranóide em virtude das alucinações persecutórias e dos delírios apresentados pela bailarina. Os sintomas iniciaram desde que Nina começou a estudar para encenar uma de suas personagens Odile, o cisne negro, pois ela não conseguia evocar a malícia e sensualidade da personagem.
O acompanhamento terapêutico (at) é uma modalidade de atendimento clínico caracterizado pela prática de saídas pela cidade e por estar ao lado da pessoa com sofrimento mental a fim de criar um guia terapêutico que possa articulá-la na circulação social dentro de seu contexto histórico. O at tem como objetivo terapêutico a inclusão social, é uma clínica em movimento que procura desinstalar o sujeito de sua situação de dificuldade a fim de recriar algo de novo em sua condição, é um processo de reinvenção que se dá a partir da própria condição do indivíduo acompanhado (PITIÁ e FUREGATO, 2009).
O acompanhamento terapêutico foi indicado para Nina pela equipe de saúde mental que a atendeu no hospital para o qual foi encaminhada logo após o fim de seu espetáculo, o Lago do Cisnes. Ela chegou ao local com um corte em seu abdômen gritando que tinha matado sua colega de companhia, pois ela queria roubar seu papel, Lily seria substituta caso algo lhe acontecesse. A paciente dizia que todas as pessoas queriam seu papel, inclusive sua mãe estava contra ela. Quando interpelada sobre os sinais de unhas em sua costa, disse que eram as penas dos cines que estavam aparecendo agora que ela tinha finalmente compreendido as personagens cisne branco e cisne negro.
O encontro entre a at e Nina se deu inicialmente no hospital onde estava internada para se recuperar da lesão que ninguém sabe ao certo como foi provocada. A at se apresentou a ela e sua mãe que era sua única companhia e que nunca saía ao lado de Nina explicando a ambas que seu objetivo era auxiliá-la a retomar suas atividades diárias e reduzir seu sofrimento, de tal modo que ela pudesse continuar na companhia executando seu trabalho, porém sem se machucar ou sem ferir alguém.
A at propôs a Nina que inicialmente elas poderiam começar retomando os ensaios dela com a companhia visto que nos últimos meses ela estava ensaiando sozinha, pois se sentia muito incomodada e criticada pelas pessoas. A at lhe disse que caso ela se sentisse muito desconfortável poderiam ir embora ou a at poderia lhe acompanhar durante parte de seu ensaio. Como seus últimos meses tinham sido muito exaustivos devido as horas incessantes de ensaio, elas poderiam fazer atividades das quais ela gostasse. Como ir a uma livraria e tomar um café, caminhar pelo parque, ir ao cinema, ao teatro, sair para dançar, ou simplesmente ficar em sua casa e conversarem. O importante era Nina compreender que a at se colocava a sua inteira disposição para ajudá-la nesse instante difícil e com o tempo ela poderia retomar sua vida normalmente. O atendimento se daria a noite ou em horários que fossem bons tanto para at quanto para Nina de tal modo que sua rotina de trabalho não fosse prejudicada.
A at perguntou a Nina e sua mãe se concordavam com esta proposta e caso não vissem nenhum problema poderiam assinar o contrato de trabalho no dia seguinte e iniciar o acompanhamento logo após a saída dela do hospital.
Referência Bibliográfica
PITIÁ, Ana Celeste A e FUREGATO, Antonia Regina F. O Acompanhamento Terapêutico (AT): dispositivo de atenção psicossocial em saúde mental. Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832009000300007>. Acessado em: 04/11/2011.
Projeto terapêutico da aluna Ana Cristina Jesus de Oliveira - turma 2011

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Exposição Wrong Wrong


WRONG
WRONG


Esta é mais uma apresentação das obras do artista Cláudio Prado.

Nestas séries o artista imprime de forma sensível e peculiar, o movimento às suas criações.

Recurso que possibilitou ao wrong wrong uma flexibilidade que dá suporte às diferenças , sustenta a interferência de outros olhares e outras lentes sobre o seu próprio.

Sem perder a singularidade de seu estilo, mesmo depois de ser “clicadas, replicadas” pelas várias lentes fotográficas, as criações não perdem sua incrível capacidade expressiva.

Estamos aqui tratando de arte, ao encontrarem estas obras deixem que suas retinas ressoem...

Trilhas - Outubro de 2011

(Texto de Denise Decarlos)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Exposição Wrong Wrong






A Clínica Trilhas teve a honra de receber a exposição Wrong Wrong do artista Cláudio Prado!
O evento aconteceu no dia 28/11, quando passamos uma tarde muito agradável.
Teve arte, mágica, música e amigos!!!!!!

Ana Paula Scagliarini

Exposição Wrong Wrong



Exposição Wrong Wrong
Cláudio Prado
28/11 das 15:00 as 18:00 hs
Clínica Trilhas