segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Um projeto terapêutico para Rê Bordosa


Rê Bordosa é uma personagem de Angeli criada em 1984,com aproximadamente 40 anos, sua primeira aparição foi na revista Chiclete com Banana e seus melhores amigos são Wood e Stock.

O motivo pelo qual precisa de um acompanhamento terapêutico é que Rê Bordosa é alcoolátra, ninfomaníaca, desbocada e desprovida de bom senso,vive em função das suas manias e desejos.

O que mais gosta de fazer é usar drogas, sexo livre, muito cigarro e álcool, curtir noites mal-dormidas e ficar no conforto de sua banheira filosofando sobre sua vida sexual.

Após ter criado o vínculo com a paciente, vamos combinar sobre os encontros semanais e vamos colocar em prática o seguinte projeto terapêutico:


Arrumaremos sua casa e limparemos sua banheira, já que é lá que fica a maior parte do seu dia.

Iremos à médicos para começar a cuidar de sua saúde e procuraremos um CAPSad para que possa freqüentar.

Vamos passear durante o dia para que veja e conheça outras pessoas e assim, aumentar sua rede social

Procuraremos projetos voluntários para que possa ajudar outras pessoas que estão em situações de vícios.

Procuraremos saber através de teste de aptidão quais são suas habilidades e desenvolvê-las, para que assim, possa ser inserida na sociedade sem prejudicar sua individualidade.


Quando converso com Rê Bordosa percebo que ela prefere o mundo em que vivia, assim como seus amigos, prefere o tempo do Woodstock e não se interessa pelo que lhe é apresentado hoje.

Assim, o objetivo do projeto terapêutico é de trocar experiências com ela, escutar o que tem a dizer sobre o que acha do mundo à sua volta,sobre o que acha do sistema e assim, juntas tentar descobrir algo que se interesse e que seja de acordo com seu jeito de ver a vida,mostrar o que esse novo mundo tem a lhe oferecer e vice-versa.


Projeto de Danielle de Sousa Costa - aluna do Curso de Capacitação em AT - turma 2010

Um projeto terapêutico para Alfredo



Esse é Alfredo, cuja imagem é o auto retrato confeccionado por ele no nosso quarto encontro.

Sexo masculino, 30 anos, solteiro, esquizofrênico


Motivo para o acompanhamento

Foi indicado devido a sua dificuldade de se relacionar e conviver em sociedade. Alfredo quase não sai de casa, permanece isolado em seu quarto e a família (pai, mãe e uma irmã) resiste em sair com ele, pois o mesmo emite por quase todo o tempo, gritos e sons considerados esquisitos.


Projeto Terapêutico

O primeiro contato com Alfredo foi realizado em sua residência e quando tentei uma aproximação através do acolhimento e da escuta, Alfredo se mostrou muito arredio. Conversei com a família sobre o seu comportamento, uso de medicação e últimas crises.

Nessa ocasião estabeleci o contrato de trabalho, no qual ficou acordado que nos encontraríamos por uma hora, duas vezes por semana. Observei o ambiente. No momento em que Alfredo gritou, percebi que ele fazia o contato visual (talvez como forma de direcionar a atenção) e foi a partir dessa percepção que elaborei um projeto que envolvesse formas de expressão.

Nos encontros seguintes, disponibilizei cola, revistas, tintas, tecido, arame, com a finalidade de experimentar materiais e descobrir qual desses seria mais atrativo a ele e, apesar da resistência, no quarto encontro, Alfredo pintou a imagem citada e a denominou como o auto-retrato. Não quis atribuir um significado através da fala. A comunicação nesse encontro aconteceu por meio das produções artísticas, nesse caso da pintura e da escrita:

«Caminhava eu com dois amigos pela estrada, então o sol pôs-se; de repente, o céu tornou-se vermelho como o sangue. Parei, apoiei-me no muro, inexplicavelmente cansado. Línguas de fogo e sangue estendiam-se sobre o fiorde preto-azulado. Os meus amigos continuaram a andar, enquanto eu ficava para trás tremendo de medo e senti o grito enorme, infinito, da natureza.»

Sugere-se que a imagem expressa por ele seja a representação da angústia, do medo e do desespero existencial. Na escrita citou os dois amigos, na imagem eles inexistem. Seus gritos, muitas vezes reprimidos, podem ser a expressão de um mundo de isolamento e solidão.

Assim, para os próximos encontros, faço a proposta de convidá-lo a participar de atividades relacionadas à escrita (diário de bordo), ao canto (para ele educar e soltar a sua voz), pintura e posteriormente, saídas pela cidade, no intuito de introduzi-lo em algum grupo, ampliar a rede de relacionamentos e promover a reinserção social.

A proposta tem como finalidade construir uma ponte entre real e o imaginário através das formas de expressão e proporcionar ações em conjunto para que ele se sinta cuidado. Sei que não será nada fácil, mas acredito que o vínculo estabelecido será o suporte necessário para que Alfredo comece a sair do mundo cristalizado no qual vive.



Projeto de Klenia Tavares Duarte Faria - aluna do Curso de Capacitação em AT - turma 2010










sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Um projeto terapêutico para Bart Simpson











Bartholomew Jojo Simpson,conhecido como Bart, é um menino de dez anos de idade estuda na escola municipal de Springfield. É considerado péssimo aluno, medíocre e arruaceiro, passa o dia disparando sua atiradeira em objetos quebráveis e perturbando a paz de todos. Adora andar de skate, passar trotes para bares da cidade e implicar com sua irmã Liza. Diz ser mal compreendido por todos a sua volta. Afirma sofrer perseguições do criminoso Robert “Ajudante Bob” pelo fato de conseguir desmascarar seus planos obscuros e acusa Bob de ter feito uma lavagem cerebral, e que consegui localizar um cometa que irá destruir a terra.

Ao chegar na residência dos Simpsons, encontramos Bart em seu quarto assistindo televisão enquanto sua mãe Marge estava sala cuidando de sua irmã bebê, e Liza sua irmã do meio tocava saxofone.

A acompanhante terapêutica (AT) adentra o quarto e inicia-se o diálogo.


A.T- Boa tarde. Você é o Bart?

Bart- Ih, qual é ? O que é desta vez? Não fui eu não!

A.T- Calma, eu sou a A.T Helena Dias, e estou aqui para passar algumas tardes com você, para te conhecer e fazermos algumas atividades legais juntos.

Bart- Atividades? Mas é de escola? É que eu não curto muito isso não, eu gosto mesmo é quando chove e eu não vou à aula.

A.T- Não, eu não sou professora; mas me conta como é seu dia, o que você gosta de fazer, quem são seus amigos...

Bart- Calma aí, tia, eu gosto de sair de skate atirando com meu estilingue para quebrar lâmpadas e vidraças, meu melhor amigo é o Millhouse, mas ele é muito bobo e certinho, por isso prefiro ser visto em público com o Nelson que é ‘’durão’’ , mas ultimamente não estou saindo muito. É que o Ajudante Bob quer me matar porque eu descobri seus planos, então eu prefiro ficar no meu quarto observando o cometa que eu descobri e que vai destruir a terra.


A.T- (ao observar objetos do palhaço Krusty) Nossa! Você é fã do Krust.

Bart- Sim, inclusive éramos amigos, mas, o Ajudante Bob tentou matá-lo e colocou a culpa em mim.


A.T- Olha Bart, eu vou tomar um copo d´água , enquanto isso gostaria que você fizesse para mim uma lista de todas as coisas que você fazia antes de ser perseguido por esse criminoso, e das coisas que você costuma fazer com sua família e seus amigos.


A A.T desce as escadas e encontra a família de Bart na sala. Homer, de cuecas, assistindo televisão. Meg, tentando chamar a atenção do pai fazendo equações com os cubos de brinquedo e Liza conversando com sua mãe, fazendo comparações de suas notas com as de Bart. Quando Marge chama a atenção de Homer sobre bons modos, ele veste suas calças e vai para o bar.

Ao retornar para o quarto, a A.T encontra Bart fazendo um desenho. Ela percebe que ele é canhoto. O menino mostra o desenho para a A.T. No desenho, Bart e toda a sua família assistem televisão. Ao ser questionado sobre o desenho, diz que é o único momento em que todos ficam juntos, pois Liza não tenta ser melhor que ele, seu pai não briga, sua mãe não resmunga. A A.T pergunta sobre o tipo de programa que eles costumam assistir.

Bart: Quando estamos todos juntos costumamos assistir programas policiais, e quando estou com Liza gosto de assistir aos episódios sangrentos do desenho animado de Comichão e Coçadinha.


A.T- Legal, mas e quando não está assistindo televisão, o que costuma fazer?


Bart- Bom, faço muitas coisas, menos a tarefa de casa. Eu saio para andar de skate, passo alguns trotes por telefone, brinco com meu cachorro, Ajudante de Papai Noel, e com meu gato Bola de Neve, e aos domingos vou com minha família até a igreja ver Deus, o criador.

A.T- E o que você pensa de sua família? Você poderia dizer um ponto positivo e outro negativo de cada um deles?


Bart: A minha família é uma tragédia, família feliz é a dos vizinhos Flanders... A Liza só pensa em tirar o primeiro lugar em tudo, em ser melhor do que eu, e a verdade é que ela é.O Homer, a maior alegria dele é quando está no bar, com os amigos. Minha mãe só reclama de tudo e a Maggie nem sabe falar, mas a verdade é que isso é o mínimo que eles podem fazer, pois, eu sou uma vergonha total, nunca faço nada que seja de se orgulhar, o único que me entende e não me rejeita é o Ajudante de Papai Noel.


A.T- E quem foi que te deu o Ajudante de Papai Noel?


Bart- Bom, o Ajudante de Papai Noel é uma longa história, na noite de Natal o Homer e eu saímos para comprar os presentes da família, mas como o dinheiro era pouco ele resolveu apostar numa corrida de cachorro para ganhar mais dinheiro, só que o cão que ele apostou perdeu e ele ficou sem nada. O dono do cão jogou ele na rua pois ele só perdia, então o Homer pegou ele e trouxe de presente para a família, foi um dia muito feliz, nem ligamos para os presentes, foi um momento lindo!


A.T- Bom, vou conversar com sua mãe para agendar minha próxima visita, e espero que possamos sair, que o ajudante BOB não nos perturbe e que o cometa que você descobriu tenha mudado sua orbita, aliás esta noite você poderia dar uma olhadinha nele quem sabe ele já não está em outra direção, é típico dos cometas fazerem isso.


A A.T conversa com a mãe de Bart questionando a possibilidade das visitas serem três vezes por semana, com duração de uma hora e meia com possibilidades de passeios e atividades envolvendo a família.

A partir do primeiro contato e das informações colhidas, será possível fazer o mapa sociométrico de Bart, avaliando a atração, rejeição e indiferença sentida por ele com relação às pessoas que o cercam.

Bart apresenta uma rede completa, porém, visivelmente enfraquecida. É preciso investigar quando começou seu medo e sua sensação de perseguição analisando os possíveis fatos, sugerindo uma avaliação psiquiátrica, para avaliar a necessidade de medicação e terapias com psicólogo.


Podemos levantar a hipótese de seus medos e perseguições serem reflexos dos programas violentos de televisão que assiste, ou de alguma psicose. Percebe-se que ele sente-se rejeitado e desprovido de qualidades. Sendo assim, proponho aas seguintes intervenções:

· Avaliar, junto a um psiquiatra, se ele é portador de alguma psicose, para cuidas de suas perseguições, e se existe a necessidade de alguma medicação;

· Convencê-lo de que a orbita do “tal” planeta foi modificado, para isso é importante acreditar na existência do planeta, e observar junto com ele até que se chegue à conclusão que realmente o percurso foi modificado e que não representa mais perigo para a terra;

· Propor a troca da programação de televisão que ele assiste na companhia de sua irmã, sugerindo programas que transmitam uma mensagem educativa e não de violência, buscando que ele valorize a amizade de Milhouse, e veja que as pessoas devem ser valorizadas pelo o que elas realmente são, e tenha Liza como uma companheira e para que ela própria seja menos competitiva;

· Mostrar a ele o perigo dos trotes por telefone, e que quebrar lâmpadas de locais públicos não é sinônimo de travessuras e sim de vandalismo, ressaltando as conseqüências de tal ato;

· Incentivar ele e a irmã Liza a fazerem as tarefas de casa juntos, de forma que um ajude o outro;

· Brincar com ele e sua irmã Maggie, mostrando o quanto ele pode ajudar sua irmã a aprender a falar, fazendo com que se sinta responsável e importante;

· Conversar com a família para que organizem seus horários, e façam as refeições juntos sentados a mesa aproveitando o momento para conversarem sobre o dia de cada um de forma construtiva.

· Promover passeios em locais que se encontrem famílias, tipo praça e shopping, para que a partir dos comentários feitos sobre as cenas vistas, sejam colhidas informações do pontos que ele observa, buscando construir um padrão de família que ele idealiza.

· Realizar reuniões com a família, passando de forma cautelosa as situações vividas durante os passeios, buscando reproduzi-las na prática.

· Aproveitar a abertura que ele mostrou ter através de desenhos para que, se observe a evolução do tratamento, pedindo que ele realize desenhos livres, semanais, sendo avaliado e observado o que ele retrata através dos desenhos, se existe algo que ainda não foi exposto.



Projeto de Helena Maria Dias Oliveira - aluna do curso de Capacitação em AT - turma 2010