TRABALHO DE CONCLUSÃO DO
CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO 2012
Um projeto Terapêutico para Susanna
Kaysen.
Aluno: Hugo
Godoi
Na
foto acima, Susanna Kaysen e sua intérprete no filme, a atriz Winona Ryder.
Susanna
Kaysen é uma escritora americana cujo livro mais famoso chama-se “Moça,
Interrompida”. Neste livro, ela relata sua vida e experiências como paciente em
um hospital psiquiátrico na década de 60, quando tinha aproximadamente 22 anos.
Inspirado nesse livro, em 1999 foi lançado o filme “Garota, interrompida”, que
mostra as vivências de um grupo de mulheres internadas na ala feminina de um
manicômio.
Susanna
apresentava tendência a comportamentos autodestrutivos e impulsividade, seus
pais a fazem consultar um psiquiatra que sugere que ela precisa “descansar”. A
contragosto, ela é internada em um manicômio, apresentando bastante resistência
no começo para fazer relações nesse ambiente. Lá é diagnosticada com Transtorno
de Personalidade Emocionalmente Instável tipo Borderline (F60.31, segundo a
décima edição da Classificação Internacional de Doenças). Depois de dois anos
internada e com uma série de amizades, aventuras e conflitos acontecidos,
Susanna tem alta. Trazendo esse caso para a atualidade, uma vez que as
instituições psiquiátricas ainda existem, penso que seria útil para o
desenvolvimento de Susanna, o trabalho de um acompanhante terapêutico.
Na
tentativa de ajudar Susanna nesse seu recomeço, entraria em contato com ela,
mostrando a proposta de trabalho a ser feito com ela e trabalhando sua reação a
isso. Penso que no começo ela ficaria resistente, pois é também uma proposta
inovadora e diferente. Eu como acompanhante de Susanna vou literalmente
caminhar junto dela em seus primeiros passos de uma nova realidade, a descoberta
de um novo mundo após ficar tanto tempo internada. Quando ela sai do hospital,
decide morar sozinha, pois já é adulta e tem dificuldades no relacionamento com
seus pais, eu entraria aí também, intervindo se necessário nessa relação com
eles. Susanna adora escrever suas experiências, quer ser escritora e começa a
trabalhar em uma livraria.
Eu
faria a interlocução entre Susanna e seus outros cuidadores também, uma vez que
ela ainda frequenta o hospital psiquiátrico para consultas com seu psiquiatra e
psicóloga. Assim, eu iria construindo com ela a sua rede de relações. Susanna é
realmente uma garota que sofreu interrupções em sua vida, assim como todos nós;
quebras, viradas, contornos em seu caminho que mudam a direção e modifica tudo
dali pra frente. Convidaria Susanna a pensar a sua realidade, seus hobbies,
atividades de interesse. Penso que ela aceitaria participar de alguma oficina
cultural como dança e pintura, pois mesmo dentro do hospital ela já
participava. Proporia fazermos atividades juntos, saindo pela cidade, nos
aventurando, nos conhecendo e construindo uma relação.
Assim,
tentaria, de acordo com as possibilidades, ampliar o amplo de relacionamentos
de Susanna, a levando-a em um processo de encontro com o outro e a descoberta
de si mesma.
“Você
já confundiu um sonho com a realidade ou roubou algo quando tinha dinheiro pra
comprar? Já se sentiu triste ou achou que o trem andava quando ele estava
parado? Talvez eu fosse louca mesmo, talvez fossem os anos 60 ou talvez eu seja
apenas uma garota, interrompida.” “Quando você não quer sentir nada, a morte
pode parecer um sonho, mas ver a morte, vê-la bem de perto, mostra o quanto é
ridículo sonhar com ela” Susanna Kaysen.
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